Considera-se um obeso todo indivíduo que tem o Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30Kg/m².
Sim, obesidade é uma doença crônica, progressiva, incurável, e potencialmente fatal. Porém é uma doença controlável, clinicamente ou através de procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos.
Obesidade é considerada a 3ª causa de morte no mundo, no Brasil, a obesidade está diretamente relacionada a mais de 90 mil mortes/ano.
A obesidade esta vinculada ao surgimento de mais de 200 doenças, desde problemas de sono, das articulações, pressão alta, diabetes, tromboses, varizes, câncer, perda de urina, gordura no fígado, irregularidade menstrual, infertilidade, falta de ar, azia, alto-estima, depressão, entre tantos outros.
Muitas delas melhoram, outras desaparecem, porém a imensa maioria das doenças para de evoluir e fica muito mais fácil controlar, inclusive várias delas dá para suspender o uso de medicações.
Não, mas tem controle.
Na maioria dos casos o indivíduo apresenta somente um excesso de peso, ou obesidade grau leve. Nestes casos o tratamento clínico é o mais utilizado. Em alguns casos pode ser utilizado métodos endoscópicos (balão intra-gástrico, gastroplastia endoscópica). Nos casos de obesidade moderada ou severa o tratamento clínico e a cirurgia podem ser os mais indicados.
IMC significa Índice de Massa Corporal. É uma forma que foi encontrada para calcular o peso de uma forma mais adequada. Não é a única nem a melhor forma de calcular, porém é a mais aceita pelos médicos e convênios. É calculado utilizando o peso do indivíduo dividido pela altura em metros ao quadrado (IMC = P/altura2).
Calcula o grau de obesidade, e, baseado no grau existe um cálculo dos riscos que a obesidade está trazendo para o indivíduo. Por exemplo, um individuo com peso normal apresenta um certo risco de vir a ter determinadas doenças; quem tem sobrepeso tem o dobro de risco; a obesidade leve eleva a 3 vezes este risco; a obesidade moderada, 5 vezes; a severa, 10 vezes; e na super obesidade o risco pode chegar até a 20 vezes mais chance de ter a mesma doença.
Para cada tipo de obesidade existe uma forma mais adequada de tratar.
Sim. Se bem indicado, os tratamentos clínicos apresentam excelentes resultados. Porém, temos que lembrar que a obesidade é uma doença com múltiplas causas, que passam pela predisposição familiar, pelo comportamento do indivíduo e pela alteração metabólica do corpo. Sendo assim, não existe uma forma, e sim um conjunto de medidas que devem ser tomadas, desde mudança do comportamento, atividade física e cuidados alimentares, e, em casos selecionados acompanhamento psicológico e até uso de medicamentos para controle da compulsão, fome ou para acelerar o metabolismo.
O resultado varia muito, conforme o grau de comprometimento do paciente. Se o excesso de peso e a obesidade tem várias causas, o tratamento, da mesma forma deve ser realizado abordando cada problema, com equipe com vários profissionais (médicos, nutricionista, psicólogo, educador físico, entre outros). Além disso, o resultado vai variar conforme o grau de sobrecarga, quanto maior for o grau de excesso de peso, pior vai ser a resposta ao tratamento, e mais longo e com mais profissionais deverá ser realizado o controle. Quando o indivíduo atinge a obesidade moderada o resultado do tratamento clínico cai muito.
Para cada caso deve ser avaliado a indicação, tanto do tratamento clínico quanto do tratamento cirúrgico.
Em 1991, durante um Consenso Mundial, foram criados critérios para se indicar a Cirurgia Bariátrica. De lá até hoje os critérios vem sofrendo pequenas alterações, porém são muito semelhantes.
Todo paciente que desejar realizar a cirurgia e estar dentro dos critérios de indicação.
O primeiro passo é procurar um especialista, de preferência procure alguém com experiência comprovada na Área de Obesidade. Este será a melhor pessoa para te avaliar e te orientar sobre o que é obesidade e qual a melhor forma de tratar.
Procure por algum cirurgião que tenha uma equipe, lembre-se, a obesidade tem vários fatores, e deve ser tratada por uma equipe multiprofissional. De preferência a um cirurgião vinculado a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), e se possível, escolha um que tenha Área de Atuação em Cirurgia Bariátrica pelo Conselho Federal de Medicina. Desta forma você terá certeza de estar sendo avaliada por alguém que fez uma formação mais completa.
No site www.SBCBM.ORG.BR você encontra uma lista com todos os cirurgiões vinculados a SBCBM, em todo país.
É um Título fornecido pelo Conselho Federal de Medicina após uma apresentação de todos os Títulos que possui, comprovação de experiência cirúrgica na área e uma prova escrita de conhecimentos. Se aprovado, o Cirurgião recebe esta Titulação.
O tempo de avaliação varia muito. A avaliação terá que ser realizada por uma equipe multiprofissional, com avaliações clínica, nutricional, psicológica, além de ter que realizar uma bateria de exames para realmente tentar identificar todos os problemas do paciente para minimizar os riscos da cirurgia. Para avaliação clínica poderá ser necessário realizar consulta com cardiologista, pneumologista, endocrinologista, clínico geral, traumatologista, entre outros, dependendo das doenças que o paciente apresente. A avaliação da parte mental pode ser necessário avaliação com psiquiatra e psicólogo, dependendo do caso.
Quanto menor for os problemas do paciente e mais ágil ele for em realizar as avaliações, mais curto será este processo, porém o tempo não é o mais importante, deve-se fazer uma avaliação o mais completa possível, para se tomar a melhor decisão e conduta.
Não. Significa que vai ser avaliado, e, se estiver dentro dos critérios de indicação, e não tiver nenhuma contraindicação, a cirurgia poderá ser indicada.
A cirurgia será sugerida por toda equipe, se, algum membro da equipe não ficar confortável em indicar ou tiver qualquer motivo para contraindicar a cirurgia NÃO será sugerida.
Existe critérios e burocracias que devem ser seguidas, não tem como pular os passos obrigatórios. Obviamente, ninguém ficará segurando o processo. Existe um ritual de avaliação e preparação que deve ser respeitado. A obesidade não surgiu de uma hora para outra, não queira resolver rapidamente, talvez desta forma não esteja realizando o melhor tratamento.
Sim, no Brasil todos os convênios regulamentados são obrigados a autorizar a cirurgia, se estiver bem indicada e realizar todos os passos e carências que o convenio exige.
Vários planos de Saúde criam algumas barreiras para se realizar procedimentos cirúrgicos. Uma destas barreiras é a carência, que nada mais é do que um período de espera para que a cirurgia possa ser autorizada. No Brasil a maioria dos convênios exige uma carência que varia de 6 a 24 meses. Quando se assina o plano de saúde esta explicito a carência para realizar cirurgia para doenças pré-existentes. A obesidade pode ser considerada uma doença pré-existente. Lembre-se a obesidade é uma doença crônica, o peso vai aumentando aos poucos, e quando se assina o plano tem que se registrar o peso atual. NÃO altere o peso de forma alguma, pois poderá comprometer a autorização do procedimento no futuro.
Sim, para poder realizar a cirurgia há necessidade de procurar um posto de saúde mais perto de sua residência e solicitar encaminhamento para algum Serviço credenciado. No RS há vários Serviços, em diferentes cidades que realizam esta cirurgia pelo SUS.
A cirurgia tem as mesmas indicações e as mesmas avaliações. A rotina é igual, os critérios para se fazer a cirurgia no Brasil seguem todas os mesmos protocolos.
Se bem indicada, é o melhor método conhecido para o controle do peso a curto, médio e longo prazo.
Não, a cirurgia ajuda a controlar o peso. A Obesidade não tem cura, mas existe controle.
Sim, a cirurgia é um facilitador de perda de peso. Se o paciente não seguir as orientações, abandonar o tratamento ou boicotar o tratamento, existe risco real de recidiva da obesidade. NENHUMA TÉCNICA CIRÚRGICA GARANTE PERDA OU EVITA RECIDIVA DO EXCESSO DE PESO.
Se opera desde 1952. De lá até hoje mais de 20 formas diferentes foram criadas visando controle de peso. Nos últimos 10 anos 95% de todas as cirurgias realizadas mundo afora foram:
§ Bypass Gástrico em Y de Roux;
§ Sleeve Gástrico (Gastrectomia Vertical, Manga Gástrica).
Cada país, estado, cidade e cirurgião tem uma cultura e uma rotina. O Bypass gástrico é um procedimento idealizado na década de 60 e vem sofrendo atualizações até hoje, o Sleeve Gástrico surgiu na década de 90 e da mesma forma vem sendo modificado e melhorado. O Bypass foi a cirurgia mais realizada para cirurgia bariátrica no mundo, porém o Sleeve vem a cada ano aumentando sua indicação e frequência. No Estados Unidos o Sleeve é responsável por 70% das cirurgias realizadas. No Brasil o Bypass ainda é o procedimento mais realizado, 55%, porém a cada ano que passa se faz mais Sleeve.
Não existe uma técnica melhor. Para cada caso existe uma melhor forma de auxiliar no tratamento. Existem pacientes que se adaptam melhor ao Bypass, por outro lado, existe casos que o Sleeve pode ser a melhor forma de auxiliar no controle de peso. Deve-se encontrar a melhor técnica baseado no paciente, nas suas ambições quanto a perda de peso, na presença de determinadas doenças, no objetivo da indicação de cirurgia, no desejo do paciente. A cirurgia indicada nem sempre é a mesma para todo paciente.
Ou funcionam menos, ou complicam mais, ou acabaram sendo abandonadas devido existir cirurgias melhores. No mundo somente 5 % das cirurgias bariátricas não são Sleeve ou Bypass Gástrico.
Não, nenhuma cirurgia emagrece. Todas as cirurgias facilitam a perda do peso. Quem vai determinar o emagrecimento é o acompanhamento com a equipe, o controle alimentar, as mudanças de estilo de vida e a atividade física. AS CIRURGIAS BARIÁTRICAS SOMENTE FACILITAM A PERDA DE PESO. A perda de peso vai ser determinada pelos cuidados que o paciente terá no pós-operatório.
Pacientes jovens ou com idade mais avançada, que não tenham doença metabólica franca instalada (diabete de difícil controle, hipertensão severa, muita gordura no fígado, colesterol e triglicerídeos muito alterado, entre outros). Está indicado para quem não tem uma hérnia de hiato grande, que não tenha muita azia, que não tenha uma expectativa muito grande em perda de peso. Pacientes comedores de volume, que não belisquem fora das refeições principais, que não ingiram muito álcool e doces.
O Bypass é uma cirurgia mais metabólica do que o Sleeve, ou seja, indicada para quem necessita uma perda maior de peso, que apresente doenças metabólicas associadas, para quem tem muito refluxo gastroesofágico, e para comedores de doce e beliscadores.
O Balão é um método temporário de perda de peso. É um dispositivo colocado no estômago através de uma Endoscopia Digestiva Alta. O balão entra vazio e quando está no estômago, se infla o mesmo com soro ou ar. Ele é deixado dentro do estômago por um período de 4- 12 meses, dependendo do tipo de Balão colocado.
É um método novo, utilizado de uma forma experimental, que ainda está sendo avaliada a sua autorização pelo Conselho Federal de Medicina. É um procedimento ao qual, por endoscopia, se faz uma sutura (se dá pontos) dentro do estômago com o objetivo de diminuir sua capacidade alimentar e evitar que ele se dilate, com isto o paciente sente menos fome e se alimenta com menos volume de alimentos, facilitando o emagrecimento. A indicação maior é para aqueles que não tem indicação de cirurgia ou que não desejem ou não possam operar. Porém a perda esperada de peso não é muito grande, além do que se os pontos soltarem, pode haver recidiva do excesso de peso.